Candy

Candy

Surpreendentes interpretações destes dois jovens valores do cinema, Abbie Cornish(a good year) e Heath Leagger (Dez coisas que odeio em ti, Casanova), ladeados pelo experiente Geofrey Rush(Paixão de Shakespeare), que serve de porto de abrigo para este jovem casal, cujo caminho artístico entra em declínio devido ao consumo de drogas. O filme choca pela brutalidade do desespero humano na dependência das drogas, tal como nos deixa a pensar sobre as segundas oportunidades que a vida nos dá.

Urinois de inspiração(ou não)

Estava nesta tarde de Primavera chuvosa...tomando café com o meu amigo pintor e ilustrador Flávio Silvestre. A jeito de desabafos da vida artística, conclui-se o desagrado geral pelo rumo das artes plásticas em Portugal...quando o meu amigo dispara neste sentido. "O Duchamp com o seu urinol assassinou a arte".

Posições no tabuleiro de xadrez, sem medos, assim devemos começar por algum lado, é assim que Minrol também se iniciou...ideias em comum...para chegar a um propósito, que arte deve (como um colega nosso diz), ser um género de comunicação acima de qualquer meio de comunicação. Se é verdade que o urinol de Duchamp conectado com o dadaísmo veio abrir os horizontes para muitos artistas e suas formas de expressão, por outro lado em algumas épocas (e ainda muito recentemente) existem coisas que assumem características inquestionáveis logo à partida, não havendo qualquer tipo de espaço para que se formulem critérios, estes na maioria dos casos(e ainda dentro da nossa conversa de café) baseados naquilo que se chama de “Assinatura”, há que prevalecer a arte pela arte e não a arte pela sua assinatura.
Fica o desenho da peça expectante no tabuleiro.

Contrastes

"Tenham uma vida repleta de contrastes, e serão felizes" disse-me alguém um dia...

Como que num império de sentimentos, os contrastes não se resumem a oposições e controversas caminhadas de angustia e incertezas...apenas de novos mapas, novas sensações que de alguma maneira contrastem com o que já vivemos...não mais, não melhor, apenas diferente...
Este é o tempo da nossa vida...há que quebrar para poder contrastar até com a nossa crença (possível de ser limitadamente estabelecida pela sociedade).

Imagem: "Império das luzes" de Magritte - O quadro divide-se em dois planos conceptuais. A luz do céu contrasta com o ambiente nocturno envolvente da casa.

Está lá tudo.

Antevisão

Esquina

Consertou o telhado de luz do seu tormento incolor, sem odor daquela tarde.

Castelo com armação laboral, não quebrava a premissa preestabelecida do anti convencional. Esbatera a réstia de tom claro patente até ao fim do acto de suster a respiração.Deixara posteriormente fugir esse ar que não é de ninguém, corrente de segredos não reclamados.

São como os corpos, que despidos de alma, se aventuram na decomposição material, complexidade de retalhos nessa atmosfera “nós”. São como as torres de lábios selados, avançam a uma só voz, que o silêncio deve ser combatido nas imagens, erguendo as orquestras da forma, traço, cor…

Quem não estiver aqui para ver o telhado de luz entre as fissuras de uma calçada encostada à consciência, selará com enorme declive de percepção, seus lábios secos de tanto encorajamento a não deixar largar o ar, bússola infiel do lenhador de corpos.